… Os mais altos só chegavam aos seus ombros (1 Samuel 10.23)
Saul foi o primeiro rei de Israel. O que ele tinha de mais impressionante era a aparência formidável! Era muito alto, considerado um homem bonito e de corpo bem feito. Externamente, tinha tudo. Internamente, era fraco.
O rei Saul tinha várias deficiências e nunca parou para tratá-las. Visualmente, um homem capaz de tudo; interna-mente, um anão.
Coragem é fundamental e, esta, Saul não tinha. Levou muitas coisas com ele; menos a coragem. E a falta de coragem sabota a pessoa que sempre leva à derrota, porque a falta de coragem rouba o comprometimento, o covarde se torna escravo da insegurança. Uma pessoa pode ter boas ideias, excelentes projetos e intenções, mas isso tudo é invalidado se não houver coragem.
A primeira atitude vergonhosa de Saul foi quando ele estava prestes a ser ungido rei e se escondeu entre a bagagem. Consultaram novamente o Senhor: “Ele já chegou?” E o Senhor diz: “Sim, ele está escondido no meio da bagagem”. (1 Samuel 10.22). Apresentou justificativa e colocou-se como incapaz, o que, aliás, era perito em apresentar justificativas. Saul respondeu: acaso não sou eu um benjamita, da menor das tribos de Israel? E não é o meu clã o mais insignificante dos clãs das tribos de Benjamim? Por que está me dizendo tudo isso?”(1 Samuel 9.21).
Encontramos Saul com medo. E como covardia é contagiosa, o exército dele também esteve assim por diversas vezes. O espírito que estava em Saul contagiou o exército de Israel e, vergonhosamente, o encontramos fugindo, se escondendo, tremendo de medo e recuando.
Sempre alerto que o Espírito que o Senhor dá ao Seu povo é de coragem. O espírito do medo não provém de Deus. Poder-se-á argumentar que sentir medo é inerente ao ser humano. Concordo. Mas, não se submeter a ele é o que nós aprendemos com Deus e somos ensinados a fazer independentemente do que estamos sentindo. Uma pessoa dominada pela coragem consegue fazer o que está com medo de fazer. E o espírito que deve dominar nossa vida é o de coragem e não de medo. Medo… podemos até sentir! Mas é a coragem que deve predominar.
A Bíblia relata uma batalha contra os filisteus em que o exército de Israel se escondeu com muito medo nos mais diversos lugares: cavernas, buracos, rochas, cisternas e alguns até atravessaram o rio Jordão (1 Samuel 13.6 e 7).
A ordem que Deus deu por intermédio de Samuel, foi que na batalha em Gilgal, Saul esperasse por ele – Samuel – pois chegaria em sete dias para oferecer sacrifícios ao Senhor. Samuel, porém, demorou um pouco a chegar. Então Saul se entregou à circunstância difícil: deixou-se levar pelo quadro que estava diante dele em que os filisteus dominavam a situação, o exército tremeu de medo, dispersou-se e Saul desobedeceu a Deus. Ofereceu os sacrifícios que só o sacerdote Samuel poderia ter oferecido pela ordenança do Senhor Deus.
Quando Saul terminou de cometer a desobediência, Samuel chegou e classificou a atitude de Saul de “atitude de tolo”. Questionado por Samuel, Saul responde: “Pensei: agora, os filisteus me atacarão em Gil-gal e eu não busquei o Senhor. Por isso me senti obrigado (violentei-me) a oferecer holocaustos” (1 Samuel 13.12).
Saul apresentou uma justificativa totalmente sem sentido, na qual diz que “pensou”, e por isso fez aquilo; mas, pensou errado, porque, a partir do momento em que alguém pensa ao contrário da vontade de Deus, deve combater e ele não combateu.
Outra expressão que Saul usou na justificativa: “violentei-me’, “senti-me obrigado” a desobedecer. Em verdade, tudo o que ele fez foi fruto de covardia. É necessário forçarmo-nos – em qualquer circunstância – a obedecer, a confiar, em permanecer no propósito e não falhar no chamado.
São muitos os que agem como Saul: passam na frente de Deus e não esperam por Ele. Deus dá uma ordem e a pessoa faz o contrário.
Deus trabalhou, nitidamente, para elevar a fé de Saul e do povo; para esticar-lhes a fé; mas, ao invés de se entregarem à confiança, se entregaram à covardia, que nada mais é que o medo que gera a incredulidade e a dúvida. Como consequência… o fracasso!
A história de Saul continua. Em 1 Samuel 15, ele desobedece gravemente a Deus na guerra contra os amalequitas, e poupa a vida do rei e de alguns despojos. Apresenta desculpas e justificativas, tentando transformar a atitude errada em certa; coisa de gente fraca que, ao invés de parar e tratar os conflitos in-ternos, deixa-se dominar por eles.
Saul era invejoso, agia conforme a conveniência e era influenciado. Pequenas coisas as-sim como uma música que as mulheres cantaram e dançaram, o desequilibrou (1 Samuel 18.7 ao 9). Tornou-se uma pessoa cada vez mais oprimida, passou a sofrer com opressão diabólica e, no lugar de buscar a Deus, piorou, porque, realmente, um abismo puxa outro abismo.
Saul não corrigia suas más atitudes, por isso, foi se embrenhando nelas e agravando-as. Causou um efeito cascata, porque, como não corrigia uma coisa ruim, puxava para ele mais outra coisa ruim, assim, tornou-se em um processo sem fim. E nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais! Saul sabia Quem era o Deus vivo e, buscou ajuda numa feiticeira! Logo depois, se suicidou e ainda contribuiu para a morte de Jônatas, seu filho fiel.
É comum lermos na Bíblia que, durante o reinado de Saul, ele e seu exército tremiam de medo. Ao contrário do ocorrido com Davi que, durante o reinado pegou pessoas desqualificadas e as transformou em guerreiros imbatíveis, o que mostra que coragem também é contagiosa.
Coragem e covardia são contagiosas. Atitudes são bem mais do que palavras. Você sempre vai contagiar mais com suas atitudes do que com suas palavras.
A covardia transforma um gigante em anão; a história de Saul ilustra bem isso.
A coragem transforma um anão em gigante, como foi o caso do pequeno Davi.
Coragem: item que não pode esquecer em levar com você.
Deus o abençoe.
Bispa Cléo
Líder Espiritual do
Ministério Mudança de Vida
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